Preciso de cordas novas pro meu violão!
Quero daquelas de alta tensão,
Das boas, das que dão tesão,
Das que gritam quando tocadas,
No lugar certo: acariciadas.
Quero que minhas unhas cresçam!
Para que às notas ascendam,
Brilhos, unhas malditas, apareçam!
Da maciez da polpa à rigidez:
Cordas tensas estão em escassez...
Talvez eu precise de um violão novo!
O meu já está cansado de tanto estorvo;
Ele não me seduz: "és um corvo!"
Um novo viria bem a calhar,
Talvez à música eu voltasse a amar.
Como posso voltar a tocar,
Sem uma nova madeira amansar,
Sem um novo ébano relar?
Desejo o negro dos seus olhos, mulher!
Na falta do ébano, o músico a quer:
Seu corpo à madeira envelhecida,
Seu sorriso de cereja embebida,
Seu cabelo de náilon enegrecido,
Seu beijo nunca recebido...
O que falta em mim, sobra em você, mulher!
Chá é algo que fui aprendendo a gostar. Tenho os meus preferidos, claro. Não sou muito adepto do chá preto puro, mas gosto das combinações que fazem com ele. Às vezes, me sinto como o capitão Picard. E, às vezes, uso a desculpa do chá para ter uma caneca quente para segurar nos dias mais frios. No verão, chá mate gelado, claro. O chá tem sido meu companheiro – ou companheira – durante os momentos que recebo visitas. E elas sempre chegam aqui em minha casa. Estou eu ali quieto, fazendo as minhas coisas, e ouço alguém batendo à porta. Eu já sei que, nesse momento, as coisas mudarão. Eu me levanto da cadeira ou do sofá, passo pelo corredor e abro a porta. E ali está a visita. Às vezes ela está sorridente. Em outros momentos, triste. Muitas vezes séria. De vez em quando com raiva. Eu simplesmente a deixo entrar: não tenho outra opção. Não mais... Enquanto ela toma um assento, eu vou para a cozinha e preparo o meu chá. Eu tento não ser mal educad